O Prof. Dr. Orlando Graner nasceu em 30 de agosto de 1914, na cidade de São Paulo, SP. Graduou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em 1941 e desde então dedicou-se à Ortopedia. Sempre ávido pelo conhecimento e empenhado a estudar a Cirurgia da Mão, em 1945 criou e chefiou, com o apoio do Prof. Domingos Define, o primeiro Grupo de Cirurgia da Mão no Brasil, no Pavilhão Fernandinho Simonsen, na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde ficou até 1968. Após 1968, passou a atuar no Hospital do Servidor Público Estadual, onde organizou o Serviço de Cirurgia da Mão. Mais tarde, em 1972, orientou o seu discípulo Walter Manna Albertoni na instalação do Grupo da Mão na Escola Paulista de Medicina. Considerado um dos pioneiros da especialidade no Brasil, junto com Danilo Gonçalves, Alípio Pennet, Lauro Barros de Abreu e Henrique Bulcão de Moraes, Orlando Graner participou da fundação da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), ocorrida em 17 de junho de 1959. Foi presidente da SBCM no biênio 1969-1971. Graner era um profissional aplicado, incansável, produtivo e aclamado por seus colegas devido à sua habilidade e criatividade. Em 1945, realizou o primeiro transplante de artelho para a mão (técnica de Nicoladoni). Seu trabalho sobre a Prevenção de Volkman, em 1958, recebeu medalha de ouro no Congresso da SBOT. Seu artigo “Tratamento da Doença de Kienbock”, publicado no Joint Bone and Joint Surgery, em 1966, repercutiu extraordinariamente, recebendo citações permanentes na literatura mundial. Sobre o “Dedo em Martelo” inveterado, em 1961, modificou a técnica de Brooks, fixando a interfalângica distal com fio de Krischner, procedimento que melhorou os resultados obtidos até então. A partir de 1975 sua contribuição foi reconhecida por Brooks e a técnica passou a ser referida como Cirurgia de Brooks – Graner. Este procedimento definido na Tese de Walter Manna Albertoni foi publicado no Tratado de Cirurgia da Mão do Prof. Raoul Tubiana, em 1986. Orlando Graner também desempenhou um importante papel na Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, onde foi secretário por 10 anos. Em 1945, ele e os colegas Domingos Define, Mathias Octavio Roxo Nobre, Orlando Pinto de Souza e Marino Lazzareschi representaram a Sociedade no II Congresso Médico Paulista. Foi a partir daí que a SBOT passou a ser reconhecida como autoridade científica por outras associações e sociedades médicas. Sua trajetória é apreciada por muitos e durante toda a sua vida Orlando Graner conquistou diversos amigos e admiradores que o reconheciam pelo seu brilhantismo profissional e acadêmico. Para citar um dos seus entusiastas, Walter Manna Albertoni escreveu em artigo In Memorian publicado no MANUS, jornal da SBCM, como ele era querido por todos, dotado de um caráter excepcional, além de grande coração. “Dr. Graner adorava a vida e era um trabalhador incansável, dedicando o maior tempo de sua atividade profissional ao atendimento dos acidentados de mão”. Orlando Graner foi considerado insuperável como mestre, tendo transmitido ensinamentos a diversas gerações de ortopedistas, além de treinar muitos especialistas em cirurgia da mão. Ele faleceu em 2000.