Cadeiras | Cadeira 41

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Cadeira 41
Fundador: George Bitar
Patrono Humberto Maradei Pereira

1931 – 2005 nasceu em Belém do Pará no dia 17 de fevereiro de 1931. Filho mais velho da imigrante italiana Maria Maradei Pereira e do joalheiro português João Cardoso Pereira, formou-se em medicina em 08 de dezembro de 1956 pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará (atual Universidade Federal do Pará). Três anos após ter se formado, foi para São Paulo especializar-se no departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP. onde ficou durante cinco anos. Antes disso, fez residência médica na enfermaria São Roque, da Santa Casa de Misericórdia do Pará, ao lado dos médicos Clóvis Meira e Rui Coral, na especialidade de clínica médica – e com Júlio Cruz e Eduardo Braga, na área de Traumatologia e Ortopedia. Em 1966, com o auxílio dos pais, nascia a Clínica dos Acidentados inicialmente com dois consultórios, dois apartamentos, enfermaria e uma sala de cirurgia. Tempos depois, procederam as ampliações para sete andares, com centro cirúrgico equipado com 8 salas e toda a estrutura física para atender alta complexidade. Segundo Maradei, as dificuldades foram inúmeras até que se chegasse a um razoável equilíbrio na estruturação da clínica. Ele dizia que o segredo era harmonizar capital e trabalho, não esquecendo jamais a qualidade do bom atendimento ao paciente. Através da clínica, Humberto juntamente com seu irmão João Maradei firmaram estreito elo com a ortopedia paulista. O sucesso da Clínica dos Acidentados se deve à parceria inicial com o grupo do Hospital das Clínicas da faculdade de medicina da USP,dizia ele. Milton Peixinho, médico do instituto de ortopedia e traumatologia do HC/FMUSP, por exemplo, foi quem realizou a primeira artroplastia de joelho e de quadril no Pará a convite do Humberto do qual era um grande amigo. Outras grandes parcerias de trabalho e de vida foram: professor Edmundo Batalha e Dr Roberto Santin. Em 1990, aquilo que Maradei chamou de maior batalha da ortopedia paraense foi ganha com a separação da Clínica Cirúrgica da Ortopedia na Universidade Federal do Pará (UFPA). Seguindo a mesma tendência, na universidade do estado do Pará (UEPA), a ortopedia tornou-se uma cadeira independente. Dois anos depois da separação das disciplinas de cirurgia e ortopedia, José Carlos Affonso Ferreira, secretário executivo da comissão de educação continuada da SBOT, e Luiz Carlos Sobania, visitaram a clínica dos Acidentados e aprovaram o hospital para residência médica em ortopedia. Naquele mesmo ano de 1992, a residência teve início no Pará. Graças a esse intercâmbio, desde então, a SBOT manteve contato mais próximo com a comunidade ortopédica do Estado, através de sua regional, no esforço de manter a projeção da ortopedia paraense. A concretização deste trabalho foi coroado quando um importante congresso nacional de pé foi sediado em Belém em 1989, tendo Humberto como presidente. Um dos pioneiros do curso de saúde da UEPA, há 30 anos integrou o quadro de professores da universidade e já teve seu nome por sete vezes homenageado por turmas de medicina. Por outras quatro vezes foi paraninfo destas mesmas turmas, as quais sempre se desvelou como mestre. Durante 50 anos ele se dedicou à medicina e ao ensino dela. Foi inspiração para muitos médicos em formação, tendo formado uma geração deles em Belém. O legado que ele deixa é universal, não nos pertence enquanto família. É de todos aqueles que exercem a medicina com dignidade e compreensão da alma humana. Segundo sua víuva Luciana Maradei, Humberto extrapolou o controvertido significado sacerdotal da medicina, tratando todos os pacientes com o mesmo olhar, capaz de penetrar a alma da criatura fragilizada por uma doença. Dedicou sua vida a cuidar da vida dos outros, praticando o amor ao próximo na sua essência. como ele sempre dizia: Quando me formei, pratiquei com os pobres. Hoje apenas retribuo a estas pessoas a confiança que me depositaram. Faleceu em 26 de março de 2005, vítima de um câncer de cólon metastático e deixou três filhas: Cláudia, Simone e Cinthia, e 4 netos: Flávia, Mariana, Pedro e Marcos. Ele sempre dizia que gostava de ser médico de cabeceira de doente e que morreria trabalhando. E assim cumpriu. Por sua relevância na ortopedia e traumatologia paraense, teve seu nome escolhido para nomear um Pronto Socorro do Município de Belém a convite do prefeito à época: Hospital do Pronto Socorro Municipal Dr Humberto Maradei – homenagem essa recebida em vida o que lhe deixou extremamente emocionado. (Texto produzido pela filha Simone Maradei Pereira)